Motociclismo no Brasil


Existe uma longa e saudável história do motociclismo em terras tupiniquins...
Desde a segunda grande guerra mundial, de muitas formas as motos foram trazidas pelo exército e/ou por importações independentes de apaixonados por este símbolo da liberdade.

No inicio dos anos 60 surgiam então os primeiros grupos destes apaixonados, e foi nesta década que eu iniciei minha paixão, pois sempre que ia a Governador Valadares/MG, cidade onde nasci, curtia ver meu Tio Tunico, à época servindo ao exército Brasileiro, onde pilotava uma bela Indian, verde musgo que era meu sonho, de um dia poder pilotá-la.
Moto Clubes surgiram, como por exemplo, o mais antigo e ainda atuante no País o MOTO CLUBE DE CAMPOS, da hospitaleira cidade de Campos dos Goitacás no Rio de Janeiro. E em seguida muitos outros.
Todos estes voltados a um circulo de AMIGOS, que tinham em comum, o prazer de simplesmente andar de moto, e praticar Moto Velocidade fosse em pistas pavimentadas, ou em estradas de chão batido.
A partir dai, gradualmente as montadoras começaram a perceber que no Brasil, existia um mercado ascendente e interessante aos seus anseios capitalistas. Assim começou a surgir no País, motos importadas da Itália, Alemanha, Estados Unidos, e em seguida do Japão.
Exceção ao Japão, todos os demais países, sempre buscaram atender aos anseios dos apaixonados por motos, trazendo ao Brasil maquinas que atendiam aos sonhos de muitos.
Derrepente na década de 70, as motocicletas japonesas desembarcam no Brasil trazendo suas motos de baixa cc, e começa então a pulverização do motociclismo. O que foi um marco, pois em considerando as dimensões continentais e o baixo consumo de combustível, era sem duvida o veículo que faltava á população de menor poder aquisitivo.
Até ai tudo bem. Acontece que infelizmente nossos governantes não prepararam a população quando permitiram a vinda das montadoras HONDA e YAMAHA, que iniciaram suas vendas já promovendo o estimulo ao consumo imediato, com um custo financeiro embutido em seu financiamento.
Desta forma, no final da década de 80, principalmente no nordeste brasileiro, se era possível identificar nas áreas rurais a substituição até mesmo dos animais da carga por motos. Nas cidades então virou coqueluche, e todos tinham ou sonhavam ter sua moto 125cc.
Hoje o mercado interno brasileiro adquire mais de dois milhões de motos ao ano.
Estes números nos fazem preocupados, pois o “Estado”, não tem desempenhado bem o seu papel, de preparar e conter o avanço indiscriminado do uso deste veículo como deveria. Não acreditamos que nossos nobres Deputados, tenham conhecimento bastante e suficiente, para identificar e acreditarem que apenas leis que coíbam o uso da motocicleta, como as que tem surgido e sido repetidamente apresentadas hora por um hora por outro Deputado, de fazer constar no capacete a placa da moto, o motociclista utilizar colete contendo a placa da moto, a proibição do trafego de motos de baixa cc em rodovias federais, a proibição de transportar garupas, e outras mais.
O que de fato se torna necessário e urgente é o simples cumprimento da legislação em vigor. Acontece que para isso acontecer o Estado precisa formar e disponibilizar profissionais (agentes de trânsito) em quantidade e qualidade suficiente frente ao alto número de usuários deste veiculo, tão importante.
Da mesma forma que, necessita fazer valer a capacitação de todos os profissionais dos CFC (Centro de Formação de Condutores), pois hoje em sua grande maioria, são treinados quase que exclusivamente para veículos de quatro rodas. Sendo raro se identificar nestes Centros, profissionais que tenham conhecimento especifico e que seja capacitado de fato a treinar os novos usuários e candidatos à CNH Categoria “A”. Nas cidades do interior então, isso é ainda mais difícil, e chega mesmo a ser normal e comum, novos “motoristas” retirarem suas CNH´s nas categorias “AB”, até mesmo por indução de profissionais sem escrúpulos de certas regiões do País.

Por tudo isso, meu conselho aos Pais, é de que preparem seus filhos, para o trânsito. Seja como pedestre, como motorista ou como Piloto de motocicletas, para que em todos os sentidos, sejam eles, cidadãos responsáveis e conscientes de suas ações no trânsito de sua Cidade.

Ruiter Franco - Feira de Santana/BA - 02/08/09
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