Infelizmente vemos diversos contrastes no trânsito. Vamos analisar alguns itens.
Temos, na grande maioria de nossas cidades de porte médio ou grande, um trânsito caótico, promovido em grande parte pela falta de contratação de profissionais e estudiosos no setor. Infelizmente é comum vermos pessoas leigas legislando sobre temas complexos, como é o caso do trânsito. Mesmo, e apesar, de termos em nosso País bons profissionais nesta área.
Temos aí mais um contraste, pois de nada adianta termos excelentes profissionais se nossos políticos não entendem que suas propostas técnicas devem ser no mínimo discutidas e analisadas pensando no futuro. Aqueles que conseguem entender isso e colocar em prática são verdadeiros heróis. Veja o caso de algumas capitais da região Sul, como Curitiba/PR, onde o transporte coletivo urbano tem um bom conceito junto à sua população.
Partindo para a questão dos acidentes, devemos primeiramente analisar os mesmos, identificando primeiro que a saúde pública passa por um de seus piores momentos em nosso País. É uma pena que o sonho de a CPMF idealizada com muita propriedade para servir de solução de um problema crônico no Brasil, não ter sido.
Eis mais uma vez a contradição. O subsídio dado às montadoras de automóveis e motocicletas ocorrem apenas e exclusivamente a fim de que tais empresas “mantenham” seus quadros de funcionários. Mas, quando estas repassam aos cofres públicos seus impostos, eles não são utilizados da forma como se deveria. Aliás, não só estes, mas todos os demais impostos.
Mas, adiantando o fato que me faz escrever estas linhas, quando leio que o custo dos acidentes de trânsito com motocicletas é elevado, vejo mais uma contradição, pois acredito que o custo da EDUCAÇÃO básica não seja tão elevado. Mas aí mora um grande perigo, pois a população culta cobra, exige e impõe melhores condições de estradas, melhores hospitais, melhores escolas, melhor transporte público, mais cultura REAL.
Mas isso não interessa aos nossos políticos. Pois lhes tiraria o “curral eleitoral”, já que principalmente nas cidades do interior deste Brasil é mais fácil conquistar voto dos familiares “daquele pobre coitado” que comprou sua moto em 72 meses, partindo sem nenhuma preparação técnica, cultural ou social para trabalhar na “cidade grande” como motoboy ou mototaxista. Ali vai viver a loucura do trânsito e se envolver com o risco de morte encontrado nas ruas através de motoristas, pedestres, ciclistas, carroceiros e caminhoneiros que também não tiveram a CHAMADA EDUCAÇÃO DE BERÇO e BÁSICA. Usuários de nosso trânsito caótico. E AÍ, quando ele se acidenta, há políticos que conseguem um “internamento gratuito”, “tratamento gratuito” ou “ambulância gratuita”, chegando às vezes até a arrumar carro para levar a família para visitar o acidentado no hospital da cidade grande.
Este é o País do contraste. Existem em diversos estados entidades sérias, concentradas na coibição do que não é certo, na busca incansável de serem ouvidas. Buscam unidas “discutir” com as autoridades condições de melhorias no trânsito, no que tange ao motociclismo brasileiro. Ações diversas já foram tomadas para que o CONTRAN, DENATRAN e CONGRESSO NACIONAL conheçam e utilizem esta força gratuita que a população Motociclistica Nacional tem disponibilizado, mas estas só são “ouvidas” quando necessitam correr atrás dos nobres Deputados Estaduais, Federais e Senadores para mostrar que suas ações, na maioria das vezes impensadas, podem prejudicar a uma grande parcela da população.
Clamo a todos que busquem se identificar com uma das entidades motociclísticas existentes em seu estado e a fortaleça, auxilie a ser forte e ouvida, pois só assim conseguiremos viver em um mundo menos CONTRADITÓRIO.
Ruiter Franco - Feira de Santana/BA - 27/04/2009
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