Legisladores (versus) Carências reais da População.


Ao longo dos anos, viemos vivendo uma situação nunca antes identificada nas atividades de nossos legisladores.
Durante muitos e muitos anos da Democracia instalada com o advindo da proclamação da República, nossos legisladores (maioria) sempre primaram para com o atendimento às necessidades das Elites, onde os próprios eram (e ainda são) inclusos.
Com o desenvolvimento e mesmo afloramento da identificação dos direitos e deveres, de grande parte de nossa população, podemos observar  grupos se formando com intuito de fazer valer seus interesses com defesas adequadas às suas necessidades, o que é perfeitamente normal e saudável a uma Nação que se intitula Democrática.
Porém, o que temos vivido em relação ao Motociclismo no Brasil, é algo no mínimo curioso, uma vez que muitos “políticos”,  projetam suas promoções, sem o devido conhecimento sobre as “teses” que apresentam em seus projetos políticos que na maioria das vezes, infelizmente, são montados sobre “leituras dinâmicas” de acontecimentos e ou ocorrências que nossa imprensa inadvertidamente lança em suas mídias.
É comum lermos ou mesmo ouvirmos, nas emissoras de Radio e TV, matérias onde se destaca a já célebre frase “Motoqueiros matam...”, ou, “Motociclistas roubam...”, mas jamais vimos a identificação de um “Motorista Rouba...” ou “Ciclista Rouba...” nestes casos a imprensa informa “Ladrão rouba e foge a pé ou de Bicicleta ...”, “Assassino foge em veiculo roubado...”.
Na realidade, quem UTILIZA uma Motocicleta para efetuar qualquer ação violenta não utiliza seu próprio veículo, normalmente utiliza uma Moto roubada momentos antes, ou mesmo, utilizar de uma motocicleta roubada a mais tempo e bem guardada dentro de casa ou em locais ermos, onde nossa Policia não consegue localizar para apreensão e devolução ao seu real proprietário.
Em virtude destas situações, toda a população passa a ver os usuários de motocicletas como um marginal em potencial, independente da cc (tamanho) da moto. E assim ficamos todos os usuários deste veiculo ágil, que reduz consideravelmente o estrangulamento do trânsito e de espaços para estacionamento, sujeitos a ações contrárias a nossa própria segurança, bem como a de outros usuários de nossos precários sistemas voltadas à Mobilidade Urbana em todo o Brasil.
Por todos estes motivos “tortos” ficam então nossos “legisladores” interessados em promover a criação de Projetos de Leis (PL) onde se busca a redução da violência, através da busca impensada de controles sobre os usuários de motos, quando na realidade, os usuários de motos são os que mais sofrem com todas estas péssimas situações em que impera no Brasil.
Ou será que pensam estes legisladores que proibindo, por exemplo:
1 – Motociclista de transportar Garupa. Vai proibir um marginal de transportar um assassino em sua garupa na utilização de uma Motocicleta?
2 – Será que impondo a identificação da placa de uma moto no capacete. Vai conseguir impedir que Motos e Capacetes sejam roubados para utilização por marginais?
3 – Impondo a utilização de Jaquetas e/ou Coletes reflexivos com a placa da moto identificada no mesmo. Vai conseguir o mesmo efeito comentado no item anterior?
4 – Proibindo que motos de baixa cilindrada, trafeguem em rodovias. Vai conseguir que de fato isso aconteça?
Ou seja, temas são pensados, mas não são “amadurecidos”. Existe hoje no Brasil uma série de entidades sérias, comprometidas com o desenvolvimento de um Motociclismo organizado, responsável, onde Autoridades Constituídas, Empresários, Profissionais Liberais, Funcionários de Autarquias, Empresas Privadas e Multinacionais, bem como membros das comunidades de todos os níveis e padrões estão envolvidas, participando de forma correta e buscando fórmulas de incremento e valorização dos usuários de motocicletas.
Podemos relacionar alguns exemplos: AMO-RJ, AMO-BA, AMO-RS, AMO-SC, AMO-SE, AMO-PE, AMO-CE, AMO-PI, AMO-RN, AMO-DF  que são as Associações de Motociclistas dos Estados do Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Ceara, Piauí, Rio Grande do Norte, Brasília, bem como a AMO-NE (Confederação das Associações e Federações de Motociclistas e Moto Clubes do Estado do Nordeste), além das Federações de Moto Clubes de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Alagoas e do Ceará.
Resumindo, todos os Legisladores de nosso País tem onde buscar subsidio à seus conhecimentos viabilizando assim, condições de conhecer de perto as diversas variáveis existentes dentro de determinado tema, onde temos áreas com significativa necessidade de ações urgentes. Seja na Mobilidade Urbana, na Saúde, na Educação e mesmo na SEGURANÇA que hoje é um dos principais temas em debate pelos Legisladores, que mais uma vez lamentamos, já que a nosso ver a Educação, vinculada à Saúde pode influir, em muito, na melhoria das condições de Segurança de nossa População.
Ruiter Franco.
Santo Estevão, 17 de setembro de 2011

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